
Durante audiência pública, moradores ficaram sem respostas quando questionaram a necessidade de investir em mais uma tecnologia cara e prejudicial ao meio ambiente
“Qual a necessidade de uma termelétrica em Aracruz se temos boas condições de vento e sol constante?”. Essa foi a primeira de muitas perguntas que a moradora da região e ativista da 350.org Brasil, Joice Lopes Miranda, fez durante a Audiência Pública para Discussão do Estudo do Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório do Impacto Ambiental (RIMA) para a implantação do empreendimento da IMETAME Energia, realizada no dia 28 de maio, às 19 horas, no Ginásio Arlindo Ribeiro, na comunidade de Barra do Riacho, em Aracruz (ES). O questionamento não foi respondido.
Apesar da presença de aproximadamente 300 pessoas, a reunião que foi coordenada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), só contava com cerca de 50 pessoas que de fato eram moradores das comunidades potencialmente afetadas. De acordo com Joice, o restante fazia parte do núcleo de funcionários da própria IMETAME. Além disso, aldeias indígenas da região, como a Pau Brasil e Córrego do Ouro, não foram convidadas a participar. “Eles estão se sentindo enganados”, desabafa Joice.
No decorrer da audiência, os moradores não deixaram de interrogar a mesa diretora. As perguntas, como “de onde vamos tirar a água para abastecer a termelétrica em Aracruz se nem a população tem água potável para beber” e “de onde vem o custeio para o projeto e qual é o valor”, foram feitas, mas seguindo o padrão inicial, não foram respondidas. “Como moradora, ativista, defensora do clima e da natureza, também levantei a questão do fraturamento hidráulico, das perfurações na região e de onde eles trariam o gás de xisto para abastecer a termelétrica”, conta Joice. Dessa vez, os presentes receberam uma resposta: o gás necessário viria ao Brasil de navio.
“Mas nós sabemos que aqui na região temos reservas de xisto pirobetuminoso e o espaço para a construção desse empreendimento é muito grande. Basta eles se instalarem para que iniciem a exploração por meio do fracking“, explica. “Mais uma vez estamos sendo ludibriados por um grande empreendimento – visto que já convivemos com vários impactos da Samarco, da Suzano e da Jurong, que prejudicaram nossos pescadores, corais e peixes”, lamenta Joice.
Quando apresentados os estudos, o censo local das comunidades da região não confirmou a realidade. Foram apresentadas mais escolas, menos pessoas e animais. “Nós temos diversas espécies de animais por aqui, como gambá, tatu, capivara, paca, formigas, pássaros… nada disso apareceu no relatório”. “Eles tiveram a coragem de reportar 22 plantas nativas, sendo que temos mais de 150 tipos por aqui. Para mim, esse estudo foi feito ao vento. A equipe imaginou qualquer coisa e colocou lá”, finaliza indignada.
—
Paulinne Giffhorn,
Categorias
- 07 de Abril
- 13º Leilão da ANP
- 19 de Abril
- 22 de Março
- 24 de Março
- Ação Civil Pública
- Argentina
- Artigos
- Brasil
- Brasil
- COESUS em ação
- Conama urgente
- COP 23
- COP-24
- COP-25
- Cop21
- Coronavirus
- Creative
- Datas importantes
- Dia do Índio
- Dia Mundial da Água
- Dia Mundial da Saúde
- Ecology
- English
- Español
- EUA
- Evangélicos
- Eventos
- Exxon Valdéz
- Fashion
- Fracking
- GDM
- GDM
- Indígenas
- Insights
- International Observatory
- Japanese
- Leiloes ANP
- liberte-se
- Litoral PR
- México
- Mundo
- Nihongo
- Notícias
- Notícias ES
- Outros idiomas
- Parcerias
- pesquisas e publicações
- Política
- Politics
- Projetos de lei
- Quote
- Radio
- Rádio Mudanças Climáticas
- Saúde
- tv sobre o fracking
- Video
- Vídeos
- World
- Xisto
- 日本語